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Mostrando postagens de junho, 2011

O baluarte vivo do folclore e da alma de Alagoas

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Balé Folcórico de Alagoas - Foto WEB Durante a programação que marcou os festejos juninos em Santana do Ipanema, na noite do dia 21, o encerramento das apresentações ficou a cargo do Balé Folclórico de Alagoas, do Grupo TRANSART. Sempre fico maravilhada quando vejo rapazes e moças se movimentarem em cena. Emocionada, como alagoana, amante dos folguedos folclóricos do meu lugar, e interessada, como jornalista, observadora social, em ver nos rostos dos expectadores, em especial em seus olhares e sorrisos, suas mais variadas expressões. Posso afirmar que são muitas e variadas. Mas todas elas, sem exceção, irradiam empatia com o que vêem. Quem não gosta de apreciar a beleza de um espetáculo cheio de cores, danças coreografadas, figurinos e músicas do cancioneiro popular alagoano? As manifestações folclóricas, quando evocadas, trazem até nós modelos de pura alegria, de uma festa que nasce do coração e da alma do povo e tem a magia de nos levar ao encontro das emoções dos nossos ante

Chegou a hora de apagar a velinha!

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Eu e Diogo  no Festival de Inverno/Garanhuns-2010 A Diogo, meu filho... Há exatamente 30 anos, numa noite junina como foi a de ontem, senti as primeiras contrações que culminariam com a chegada do meu primogênito ao planeta Terra, no dia seguinte. Eram 16:10h do dia 28 de junho de 1981.  Guardo na memória como se fora recentemente inaugurada; a atmosfera da sala de cirurgia, as cores da tarde, as conversas entre os médicos, a presença da minha mãe e o cheiro de éter impregnando o local. Algum tempo depois, talvez minutos, pois que perdi a dimensão dele, escutei o choro forte do meu menino e chorei junto com ele, a alegria de tê-lo trazido à experiência da vida. Meu pequeno anjo sem asas era comprido, carequinha, feio e desengonçado, como quem, desdobrado, depois de nove meses, ali dentro, e agora do lado de fora de mim, se excedesse alongando bracinhos e perninhas magrelas que se agitavam. Conferi cada dedinho: Contei-os. Estavam todos ali no lugar... Era tudo perfeito! Sere

A PALAVRA É PARA DIZER: A Festa da Juventude em Santana do Ipanema é só pa...

A PALAVRA É PARA DIZER: A Festa da Juventude de Santana do Ipanema é só pa... : "Santana do Ipanema/AL Foto - WEB Depois da decisão que interrompeu a realização daquilo que parecia ser a principal atração da Festa da..."

A Festa da Juventude em Santana do Ipanema é só para os jovens?

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Santana do Ipanema/AL  Foto - WEB Depois da decisão que interrompeu a realização daquilo que parecia ser a principal atração da Festa da Juventude: o polêmico o Cavalo de Pau, o assunto agora gira em torno das atrações que substituirão o evento. No ranking a expectativa é de que conhecidas bandas, que mudam de artistas, mas que têm a mesma proposta musical façam parte do celeiro de entretenimento de Santana do Ipanema. Embora a programação oficial ainda não esteja disponível aos interessados, é de se esperar que ela seja elaborada da mesma forma que nos anos anteriores, quando as comemorações privilegiam o segmento jovem da cidade e determinam, em grande parte, a presença massiva do turista, que se encaixa nessa faixa etária, que chega para a festa. Li certa vez, que uma sociedade está em franco processo de desenvolvimento e crescimento intelectual, quando as crianças, as mulheres e os idosos são levados em consideração. Tendemos a seccionar as etapas da vida, dando ênfase à j

Sobre as músicas dos forrós eletrônicos

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Grupo de forró Pé-de-Serra  (Foto -WEB) Ao se levantar a polêmica em torno da qualidade musical que as bandas, ditas, de forró eletrônico oferecem ao público, e que são contratadas pelas prefeituras municipais para animarem o São João, o cerne da discussão gravita em torno da linha divisória entre cultura popular e cultura de massa, como premissa para possíveis posicionamentos, sem contar com outros que também podem servir de ponto de partida. Ao ser questionada a pobreza das letras das músicas e as mensagens tendenciosas que denigrem a imagem da mulher, estamos entrando no universo da cultura e da arte amplamente bombardeados e esgotados em suas funções, como canais autênticos da interpretação do processo histórico da sociedade. Esse bombardeio acontece de diversas formas e se estende para outras modalidades, onde certos elementos que faziam parte da nossa simbologia agonizam à pressa de serem engolidos sem deixarem vestígios.  A discussão que envolve cultura popular e cultura d

Viva São João do Carneirinho!

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De cabelos cacheados, vestes feitas de pele animal, e trazendo no colo um carneirinho, São João Menino, entre bandeirolas, nos devota um olhar suave e um quase sorriso. No salão, meninas e meninos correm de um lado a outro, enquanto professoras se desdobram no ofício de contê-los, para enfim, formar a grande quadrilha.  Olho em torno: decoração com palhas de coqueiro, música, balões, bandeiras que cruzam toda a extensão do lugar. Parece, a princípio, tudo igual há anos atrás. Os símbolos juninos ali estão presentes. Só faltou a fogueira, feita com papel celofane vermelho, imitando o fogo. De um modo geral, tudo parece perfeito. Mas uma coisa chama a atenção e se destaca entre todas as informações visuais da festa: a produção das roupas das matutinhas. De alguns anos para cá, as adaptações feitas no vestuário das meninas é algo impressionante.  Muito do traje simplório, aquela roupinha de chita, com babados rendados, chapéu de palha, sandália rasteira, está sendo trocado por uma e

A infância estava aqui. Onde se encontra agora?

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                                                                                                         Maria Eduarda                                                                                             Foto: Elisângela Brandão Antigamente e até os dias de hoje, ainda, a criança é vista com frequência pela maioria dos pais, como um pequeno adulto. Isso ‘justificava’ a forma como essas crianças são punidas quando fazem, naturalmente, coisas que é próprio de uma criança fazer. Não se entende que criança é criança. Afinal, a infância pressupõe além de uma etapa importante na vida de uma pessoa, um lugar especial de começar a prática de ser alguém. O mundo perfeito nessa fase da vida advém da inocência, que brota da própria condição de inconsciência infantil. A criança é feliz, vivendo uma realidade que totaliza o seu bem-estar, mediante tudo o que a cerca. Sequer é capaz de entender a si mesma como alguém separada da mãe, durante o comecinho da vida. Mas será que essa definiçã

Pão de Açúcar festeja seus 400 anos de povamento

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Um lugar onde a lua beija as águas do rio São Francisco Ano de povoamento, citado por Moreno Brandão. Claro, que baseado na versão histórica, registrada pelo colonizador português. Data de 1611, a presença das gentes; brancas e indígenas, que fizeram do lugar, diga-se de passagem, belo, local de moradia para todos. Antes, porém, ainda segundo o jornalista, historiador, poeta e, sobretudo, pãodeaçucarense, Moreno Brandão: “ Havia apenas um troço de índios Hurumari e uma floresta bonita, ao pé da qual o São Francisco deslizava embalando a sombra verde dos cedros altos” . O que quer dizer que os nativos da região já ali se encontravam, desde antes da chegada dos portugueses; vivendo, pescando, caçando e admirando as noites de luar, onde a lua beijava as águas do Velho Chico - o Rio Opara dos indígenas -, que em Tupi Guarani significa rio-mar. Mas, convenhamos, que a pesquisa do historiador, embora não contendo dia ou mês, registra o acontecimento em tal ano. É no decorrer do ano de

No campo de aviação em Santana do Ipanema

Mais estarrecedor que ver através dos vídeos amadores, cenas do capotamento da Hillux, que terminou com a morte de uma pessoa, no Campo de Aviação em Santana do Ipanema dias atrás, é acompanhar a reação e o comportamento das pessoas, segundos após as mesmas cenas que são, de fato, chocantes. Em dois novos vídeos divulgados aqui no CadaMinuto, ouve-se expressões que detonam a nossa noção do que significa a palavra chocante, porque se apresentam e acabam se convertendo em falas bizarras, que denunciam e servem como termômetros às emoções, como apreciações generalizadas, certamente,  acerca da juventude. Na sequência de imagens a ‘plateia’ invade o palco da cena principal correndo. Alguns, é verdade, caminham meio atônitos, enquanto a música local continua a tocar alto, ainda, por algum tempo. Alguém próximo daquele que está registrando a ocorrência, talvez quem sabe(?) o próprio cinegrafista amador, fala com uma voz cheia de adrenalina, como se estivesse assistindo cenas de um filme, de