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Mostrando postagens de agosto, 2011

Surpresa

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Ilustração: Goretti Brandão Saio da cama, que o galo já me reclama: Acorda 'mulé' que a hora é chegada! Há quanto tempo eu dormi,  que nem princesa encantada? Não há palácio, nem hera,  sequer o beijo esperado. E no espelho que me aguarda,  uma senhora de idade, que eu não conheço,  é verdade! Teima em afirmar que sou eu... Em que sonhos se perdeu, a mocinha que sonhava?

Uma tirinha: Violeta em...

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Ilustração: Goretti Brandão

Mulher: um animalzinho de estimação?

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Ilustração: Goretti Brandão O mosaico de opiniões e posicionamentos sobre o Projeto de Lei da autoria da deputada baiana Luiza Maia, que tem como objetivo a proibição do financiamento público de coreografias e músicas que colaboram para denegrir o sexo feminino é tratado como polêmico. Por outro lado a sua preocupação com a imagem cada vez mais banalizada da mulher, que as letras de determinadas músicas divulgam, propicia a discussão a respeito do assunto. Isso é, no mínimo, um bom começo. À notícia estampada vejo a opinião das pessoas, que ficam divididas entre concordarem ou não com a aplicação da lei, caso o projeto consiga passar pelas três comissões que o avaliarão. Alguns criticam a atitude da deputada, achando que há coisa melhor a se fazer no momento. Outros afirmam e em muitas ocasiões, até com certa razão, que as mulheres: “elas gostam de ser esculhambadas” e ainda, que: “(...) toca aí uma dessas músicas prá ver se não tem um monte de mulher que começa a rebolar até

Hoje é Dia do Folclore

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Ilustração: Goretti Brandão Se há um folguedo que tenho verdadeira devoção é o Pastoril. Ainda menina, dancei anos a fio, na escola que estudei. Apaixonada pelo cordão azul, eu subia no palco do auditório, durante o encerramento do período escolar. Era o mês de dezembro. As diversas canções, que aprendi a cantá-las para acompanhar todas as jornadas, lembro-me delas e canto até hoje. A primeira vez que participei de um pastoril eu nem estudava ainda. Saí de borboleta, com asas feitas de arame e revestidas com filó amarelo. Nem sei que idade tinha, mas lembro que éramos, eu e outra menina, duas borboletas, uma azul e uma amarela, que entraríamos em cena - numa modalidade de pastoril para crianças pequenas, do jardim da infância -, como de fato entramos, depois de termos chorado, assustadas; presas que ficamos as duas, por nossas asas que se engancharam. Na minha cidade sertaneja, Pão de Açúcar, havia um belo pastoril ensaiado por dona Zélia, uma senhora alta, morena e animada,

AoPH e o Guerreiro do Mestre Benon fazem a terra tremer

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No mês do folclore o projeto cultural da Ao Pharmacêutico agita os amantes dos folguedos alagoanos Foto: Web A Farmácia de Manipulação Ao Pharmacêutico que já é destaque no que se refere a apoiar e promover a cultura alagoana, volta à cena cultural, fazendo a Festa do Guerreiro em sua casa, dia 20, às 19h, na Sede do Guerreiro Treme Terra, em frente ao Centro Comunitário Hélio Porto Lages, na Chã de Bebedouro. O evento faz parte do seu projeto cultural, o AoPH iniciado agora em 2011. Não é a toa que sua imagem se vincula à identidade artística e cultural das Alagoas, sendo materializada, principalmente, na expressão genuína da folgança popular, quando esta é possível de ser veiculada, pela alma brincante da sua gente. Tal compromisso dos que fazem a Ao Pharmacêutico repercute outros momentos e ajudam a criar outras instâncias, que contribuem para reparar, camadas e camadas de versões estereotipadas, a partir de outros retratos, que recompõem a nossa imagem, na força dos trajes

Nós, jornalistas

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Um fato em duas fotos: Encontro bem bacana, na Casa de Tavares Bastos - ALE, na Sala da Imprensa, com os amigos e colegas de profissão:  Camila Ferraz, Wadson Correia e Nigel Santana

Ficando doida

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Ilustração: Goretti Brandão Quando Aprígio me disse sem meias palavras que não sabia pra que serviam os filhos, evitei olhar pra ele bem nos olhos e desconversei. Mudei o assunto e fiz que nem tinha ouvido aquele disparate. Ora pra que servem os filhos?! Escolhi que ia era ter pena dele. Saí da sala e caminhei pra cozinha atrás do quê fazer, só pra não dizer tudo o que eu tinha vontade. Pensei que a hora era aquela de colocar em prática aquele negócio de aceitar cada um, como cada um é. Eu tenho resolvido que aceito. Que hei de aceitar, que é para me sentir capaz de ultrapassar limites pessoais. Essa coisa de me espiritualizar. Não encontrei o que me agradasse na cozinha e lembrei das minhas begônias. Fui vê-las. As mudas que eu fiz parece que não vingam. Aprígio sai com cada uma! Às vezes eu acho que é só pra puxar briga, discussão besta. Sabe como é homem insatisfeito, né? Tem que descarregar aquele desconforto em algum cristão. De preferência na mulher dele. Comigo, e

Revelação

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Ilustração: Goretti Brandão Um quarto de olhar para dentro de mim, Confunde o que meu espelho me diz. Vejo-me em desfile patético no meio de uma rua. Meio baliza, meio dançarina sem ritmo. De microfone em punho, eis que um sujeito me exibe: "Queria ser bailarina, mas é minha" E eu, que me assisto ao mesmo tempo, não-sei-como, da plateia, em ridícula subalternidade personificada,  contesto. Enxergo-me: represento mal o que queria ter sido. Tomo-me da calçada, e me aventuro a contrariar a sua assertiva, Destroná-lo da sua demonstração de poder exposto em público. Cruzo em sentido contrário; a rua, a banda, que toca atrás de mim, a baliza desengonçada, E mergulho de propósito na multidão. Eu vou ser outra.

Uma criança está morta, vítima da violência, de viciados em droga

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Ilustração: Goretti Brandão Percorrer as páginas dos jornais, diariamente, só confirma o quanto estamos sendo presas da insegurança. Ela é provocada pelo temor, diante das informações que nos chegam através dos meios de comunicação. Os perigos reais, cada vez mais próximos a nós, dos nossos filhos, pais, amigos, propicia debates e opiniões constantes.  Todos têm o que dizer, todos têm seus pontos de vista e todos, enfim, sentem a incapacidade de resolver o problema. Parece não haver solução para o retorno à tranqüilidade social, em curto, médio ou longo prazo. A impressão que se tem é a de que os passos dados pelas instituições, para conter os acontecimentos, não conseguem alcançar, para ao menos brecar, ações negativas, que incluem roubos, furtos, tráfico de drogas, traficantes, homicídios, falcatruas, desmandos. Aqui em Santana, uma criança de apenas 4 anos, morreu ontem, inocentemente, vítima de viciados em droga. Estamos de um lado: a sociedade, e do outro, a delinqüên

Envelhecer: uma pretensão da alma

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Era 1h da manhã de hoje quando a minha mãe ligou para desejar um feliz aniversário. Eu dormia e acordei assustada com o barulho da chamada. Literalmente, à primeira hora do dia 2 de agosto de 2011, celebramos, eu e ela, a minha chegada ao mundo, que até hoje, 51 anos depois, me perturba, me inquieta, emociona, e me fascina. De volta à cama, pensei a vida, seus significados, que com o passar do tempo, sempre requerem de nós, novas leituras. Atualizo as minhas; como quem assiste a um filme mais de uma vez, ou volta às páginas de um livro lido tempos atrás. Cada vez que se retorna às cenas, ao cenário da nossa própria história, é possível embutir novas emoções, remover angústias e colocar ação em buracos que ali se encontravam, esperando para serem ocupados. Aprofundar a tessitura do já feito dá dimensão ao tempo e extrapola o espaço. Não me interessa durar apenas, comemorando anos estendidos na comiseração da medicina, que prolonga dias à idade avançada que se aproxima. Quero viver