Pequena história noturna


Havia conhecido a moça em minha terra. Bonita, a gaúcha era alta, loura, bem vestida e aparentava ter 30 anos. Não sei por que, levou-me à sua cidade. Não tinha quem o dissesse, mas era pobre e periférica. O que tinha e de sobra era a altivez de gente nobre e fenótipo de manequim. Em sua casa desorganizada onde tudo era uma descompostura da ordem, me recebeu a sua mãe, uma mulher desajeitada e nada parecida com a moça. Hospedaram-me muito bem. Eram atenciosas e diligentes o tempo todo. À noite, da sua casa localizada em um morro, olhamos eu e ela, a cidade, os prédios iluminados e os carros. À visão daquele mundo, outro, não lhe disse nada, mas desejei estar ali, longe que estávamos daquele tipo de vida. Como se tivesse lido os meus pensamentos, ela me disse que aquilo que víamos não era importante. Concordei por educação. Não tardou e apareceu um rapaz desconhecido que eu sabia, viera da minha terra, que ao contrário da moça que tão bem me acolhia, tinha-me antipatia. Perseguiu-me. Correndo, entrei em um quarto ou algo parecido. Encurralada quase fui atingida por uma enorme pedra de amolar, que lançada por ele contra mim, chocou-se contra a parede. Consegui sair do cerco e fui me meter entre pessoas desconhecidas minhas, mas conhecidas da moça. O rapaz reapareceu, mas a sua disposição de desafeto havia mudado em outra. A minha também. Uma mágica nos envolveu e ele, se achegando bem perto de mim, me beijou a boca. Um sonho da noite passada...

Comentários

  1. Sonhos, sempre os sonhos que nos fazem viajar pelos quatro cantos mundo místicos, saudáveis, bizonhos, estranhos, psicodélicos -acompanhado de LSD, Vinho do Porto e uma boa música -, meio que estranhos.
    E é cada mundo! Já sonhei levando um tiro, morrendo, voando, tocando uma guitarra de papelão, andando sobre as águas - tipo Jesus! Sacou?!kkkk
    Sonhos! Sempre os sonhos!

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