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Mostrando postagens de julho, 2012

Eu e Isadora

Há poucos dias do nascimento de Isadora, senti que estava próxima a atravessar, de forma literal e não apenas simbólica, mais um limiar da minha própria história. Essa jornada épica, um tanto homérica, que somos chamados a fazer nas diversas fases da vida. Foi assim quando o pai dela entrou para a faculdade: ansiedade e medo e um misto de alegria e apreensão, que às vezes era também uma quase-tristeza, se apoderaram de mim.  Entendi que meus rituais de passagem acontecem e são pontuados, perpendiculares, às fases da vida dos meus familiares. A alegria de assistir as proezas, conquistas e crescimento dos meus filhos, situaram em mim, na minha pessoa, a realidade de sair de um aposento para outro. De ocupar um lugar novo, re-significado,  primeiro, dentro de mim, depois, no seio da minha família e frente ao mundo. Sair de onde se está acostumado é como sair de uma casa onde se morou muito tempo. E para a casa que estamos acostumados, temos nossos cantinhos, os lugares-comuns, d

Como São Tomé

Um dia de chuva e frio e a notícia do suicídio de um conhecido conterrâneo, torna o tempo melancólico. Articulo pensamentos e impressões sobre o fato, enquanto os pingos d'água tamborilam no jardim. Em volta, o tempo escureceu rapidamente, e eu pareço mergulhar em um oceano vasto, desconhecido e misterioso.  O das indagações, para as quais, talvez, nunca tenhamos respostas. É como querer contar estrelas que estampam o céu cintilante. As noites de chuva negam que elas existam. Em dias comuns de estio, os luzeiros lá em cima nos enganam porque nos vendem luminosas ilusões.  Tantas já morreram, mas continuam acesas. São fantasmas delas mesmas. Luzes que já se apagaram. Ver o que não mais existe é mentira ou mistério? Se eu vejo, eu creio. Que nem São Tomé, eu creio, porque seu brilho encandeia minhas retinas. É nessas horas, que eu desejo continuar desconhecendo geofísica, astronáutica e astrodinâmica.  Escolho deliberadamente continuar pensando, como se não soubesse, so