Às três da tarde

Além, do que além não sei dizer,
nem como, nem o que é.
Mas a sua existência perturba-me.
Transito entre dilemas 
e violetas sonoridades.
Entre a pracinha e a igreja de Santa Rita.
Entre o Farol e as lagoas Mundaú e Manguaba.

Igual como pelejo com a palavra “cafumango” 

que entrou na minha cabeça e não quer sair,
E com a tarde, rascunhando em mim,
pequenos versos, dispersos e inquietantes.

(Como bichos-de-pé,coçam-me à vontade do amor.
Agora, e último).

Inflama, infecta minha alma, perde-me!

Meu fio de voltar preso à cintura,
é referência mitológica à beleza do verso.
É pura vaidade egóica, 
disfarçada em escrita bangalafumenga:
Essa palavra que encontrei
procurando outra.

Em poética chinfrim, adulterada,

incapaz de enganar minhas tolices.
Eu sou uma joão-ninguém, 
dona de singelas pobrezas.
Meu coração tem os bolsos furados.

Escapam-me por eles, os tesouros que talvez sejam.

Ou que estejam para sê-los.
É como um doido o meu coração.
Sentado no calçamento, na Rua do Comércio, 
mendiga antíteses e antídotos.

(Que valha-me um salmo contra o desespero).

Que escude-me o que penso

Sobre o justo e o honesto.
Que socorra-me o mais puro amor.

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