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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

PELO LABIRINTO DE ODETE

Ia pelo caminho lembrando disso e daquilo. Comprei as coisas numa pressa danada. Disse a Odete que ela comeria lasanha. Disse só pra me ver livre da cara de decepção dela me dizendo: “Quando vi que não tinha lasanha, perdi a alegria da festa”. Como pode alguém deixar um encontro da família sem significado, estando rodeada de parentes e de afeto, só porque faltou lasanha? Despautério. Pura provocação. Não seria de outra forma pra ela. Então prometi, fingindo dar muito caso à reclamação: “Tá certo, minha querida; dá próxima vez que a gente se encontrar de novo, você vai comer o que deseja”. Nada está bom pra ela. Nunca. Infelicidade. Meu desejo de ser compassiva é quase desfeito nos melindres - essa coisa meio parecida com armadilha-, que vivo dando nomezinhos e usando de eufemismo para não dizer que é mau agradecimento. Odete é uma mal agradecida. Isso sim. Vive de fazer chantagem emocional com quem quer que seja que queira gostar dela, e dar demonstração disso. Tempos atrás eu me alivi