Espantos e deslumbramentos
Eles seguiam em viagem pela estrada. Chovia no tempo e a manhã era molhada, as flores eram molhadas e de cima dos telhados dos casebres, a água descia cantando musiquinha umedecida. A mulher olhava distraída, as encostas no caminho, divisando pequeninas flores. Viu brancas ipoméias , dezenas delas margeando a estrada. Repentinamente, precisou que o tamanho do mundo vasto, era pequeno demais à imensidão do espaço e pôs-se a imaginar que infindáveis aritméticas poderiam contar o infinito. Nenhuma... Ao seu lado, o marido asseverava que eram cinquenta e cinco, o número de países que formavam o continente africano. Um lugar onde nascem mais pessoas e onde mais pessoas morrem. Com quantos números seria possível calcular tanto mistério (?) pensava a mulher, enquanto assentia com a cabeça, sobre a África, os povos, a fome, a vida e a morte. Pensava em buracos negros e que faltam bilhões de anos ainda, mas que a Via Láctea e a Andrômeda vão se chocar. Tentou imaginar o tempo cósmico. Uma