Depois da Vida: um filme para além da morte
No final da década de 1980, assisti Blade Runner (1982), de Ridley Scott. Esse filme me deixou impressionada pela maneira como trazia a discussão sobre o caos resultante da modernidade, como promessa para a emancipação do homem contemporâneo. E não apenas isso. Mas o olhar com vieses múltiplos onde como não poderia deixar de ser, estão presentes a filosofia, a antropologia, sociologia e as questões da religião, dentro de um contexto futurista, que, de passagem, à época do lançamento do filme, já nos alcançou, me intrigou bastante. O confronto paralelo que remonta as perguntas sem resposta da criatura ao seu criador é culminante. Mexe com qualquer um. De lá pra cá, sempre revisito o filme e descubro a cada leitura refeita, novas percepções sobre ele. Agora me debruço sobre outro espetáculo do cinema. Desta vez, Depois da Vida, (1998) do diretor japonês Hirokazu Kore-Eda. Fazendo um paralelo entre ele e Blade Runner, ambos propõem a quem vê a obra cinematográfica, momentos distintos que