Eu e Isadora
Há poucos dias do nascimento de Isadora, senti que estava próxima a atravessar, de forma literal e não apenas simbólica, mais um limiar da minha própria história. Essa jornada épica, um tanto homérica, que somos chamados a fazer nas diversas fases da vida. Foi assim quando o pai dela entrou para a faculdade: ansiedade e medo e um misto de alegria e apreensão, que às vezes era também uma quase-tristeza, se apoderaram de mim. Entendi que meus rituais de passagem acontecem e são pontuados, perpendiculares, às fases da vida dos meus familiares. A alegria de assistir as proezas, conquistas e crescimento dos meus filhos, situaram em mim, na minha pessoa, a realidade de sair de um aposento para outro. De ocupar um lugar novo, re-significado, primeiro, dentro de mim, depois, no seio da minha família e frente ao mundo. Sair de onde se está acostumado é como sair de uma casa onde se morou muito tempo. E para a casa que estamos acostumados, temos nossos cantinhos, os lugares-comuns, d