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Mostrando postagens de setembro, 2017

Sagrados, como o fogo de Prometeu

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O lírio eucarístico veio da casa da minha infância, assim como vieram estórias que se tornaram história e que guardo até hoje. Minha avó materna tinha o dom, aquela coisa mágica, de não deixar nada morrer, de trazer o passado para o presente. Convivia-se com a maravilhosa presença dos que moravam distante, dos que haviam partido desta para outra melhor e daqueles, digamos, "bem antepassados". Todos eram alimentados por passagens contadas por ela, minuciosamente, onde antigos diálogos eram revividos – os que presenciara e outros, que sabia de ouvir dizer pela sua mãe -, sobre tipos físicos, as idiossincrasias, as opiniões de cada um, as atitudes e reações diante dos fatos da vida, suas maneiras e gestos. A recorrência neste caso é uma dádiva, quase e por vezes mesmo poética e fantasiosa, que torna heróis e heroínas nossos familiares.  Traziam-nos, pois, no dia a dia e para estar conosco nas comemorações da Semana Santa, nas celebrações do mês Mariano, nas festividade

Blog do Sávio Almeida: O sertão das bandas do Ipanema

Blog do Sávio Almeida: O sertão das bandas do Ipanema

Poesia

Vizinhos Minha mãe e eu percorremos casa por casa, trazendo seus mortos às portas. A rua é velha e a mesma. Os que morreram estão distraídos e conversam, atuando vida. Das três moiras, nós duas, fiamos e tecemos à ilusão, findos destinos tardios. Contando-os às dezenas. Deitadas em nossas camas, Eu e minha mãe vemos juntas, as lúgubres fileiras Enchendo as calçadas. Ei-los, os quais evocamos, Negando os fios que Átropos cortou.