A sensação de impunidade que nos persegue

Operação que desvendou fraude envolvendo o TC é explicada pela Polícia Federal


Quinta-feira, 20, amanheceu com mais uma notícia-bomba. Desta feita, o Tribunal de Contas do Estado é o alvo principal. A Operação Rodoleiro busca acusados e os levam para cinco dias de apreensão na sede da Polícia Federal. Lá serão interrogados para responderem ao que pesa sobre suas cabeças. Trata-se de mais alguns milhões desviados dos cofres públicos, o que daria para solucionar uma porção de problemas que persistem no Estado de Alagoas. Essa gente tem vendido a alma ao diabo.

Como punir essas pessoas? O ressarcimento do dinheiro público desviado deve funcionar como uma medida punitiva aos acusados. Além disso, velocidade nos processos é o que deve haver, para que não continuemos a sentir aquela nossa conhecida já de datas anteriores, sensação de impunidade.

Para tal, ações de improbidade, como uma resposta à sociedade, bloqueando os bens desses acusados e garantindo a volta do dinheiro roubado para o lugar que lhe cabe. Isso é o que ouvimos dizer autoridades competentes e que, certamente, nos alivia.

Cidadãos injustiçados é o que somos e estamos aceitando sê-lo. Estamos a desenvolver a arte de sermos mágicos. Os ilusórios enganadores de nós mesmos, que posando de desavisados, fazemos milagre para vivermos dignamente de salários suados que recebemos além de pagarmos nossos impostos como pagamos, enquanto outros nos roubam.

Estamos divididos entre a descrença e a apatia social, motivados a reagir com satisfação momentânea, às ações que a parceria entre Polícia Federal - bem intencionada e cumprindo o seu papel, é verdade -, o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União realizam através de investigações que trazem ao nosso conhecimento, os que assaltam o erário público. Parece que isso nos basta.

A anestesia nos conforma, como se o fato de se chegar aos acusados, prendê-los, interrogá-los, significasse a completa aplicação da justiça social, que merecemos como resposta. Parece servirem-nos de consolo as descobertas das falcatruas e não é raro nos regozijarmos em companhia de amigos, entusiasmados, pela emoção simplória que condizem com as compensações insignificantes, à descoberta dos crimes que são trazidos ao nosso conhecimento, cada vez mais freqüentes: o desvio de recursos públicos.

As operações não param por aí. Outras e mais outras serão empreendidas. Mais pessoas serão descobertas com a ‘mão na botija’. Elas serão presas, interrogadas, indiciadas e depois, como muitos de nós temos visto, serão tão logo sejam liberadas, alvo de aplausos, admiração, solidariedade e até merecedores de ‘reconhecimento’. Estamos nos acostumando a toda sorte de desvios; Os materiais, os morais... Nada mais parece fazer ferver o nosso sangue.

Somos, ainda, alguns, cidadãos desiludidos e descrentes, e os órgãos que procuram colocar ordem nessa desordem toda, assim como nós, também são passíveis de desilusão. Porque na maioria das vezes, os resultados finais, quase não coroam suas ações. Estamos, todos, nocauteados pelo golpe da falta de vergonha alheia que nos corrói e travados por instâncias que minimizam punições ou contribuem com a nossa ‘sensação’ de impunidade.

Comentários

  1. A natureza humana é o grande problema! Desde da época medieval - ou até mesmo antes de Jesus Cristo pisar nesta terrinha - a corrupçao da alma ,do egoísmo, do orgulho e de todos os flagelos humanos estão na nossa raiz! o nepotismo, caixa-dois, laranjas ( lima, pêra, Bahia) podres infestam as plantações (política) do mundo e no mundo! Ladrões não são só os pobres, mas a pobreza da riqueza ,das facilidades, do tudo quer ter ,ser e poder! Cadeia foi feita - neste belo Brasil - para pobres, pretos e criaturas não sociais. Não vejo vejo diferença em um assassino em série, de um político que tira o leite, o remédio e a educação das criaturas que mais precisam! Aparecer na TV ão é vergonha para quem não tem vergonha! O Brasil é o país do futuro!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Com quase sessenta

Rabeando

Sem Assunto