Uma ideia curiosa: Não tenho como negar
Goretti Brandão - Sertão Menino - OST 100x120m A vida é curta. Não há como negar isso. Criança ainda, a morte é uma ideia vaga. A ausência das horas, com o significado que elas têm ou a própria condição de inocência, forja uma certeza inquestionável, de que morrer é coisa alheia. É para os outros. A gente nunca, mas, nunca mesmo, vai morrer. Pelo menos era assim que eu pensava aos sete, oito anos de idade. O tempo da infância é lento e a sua temperatura se mede por outros termômetros e se fixam na nossa mente, mais tarde, através de memórias que vão farejar cheiros, escutar onomatopéias, restos de conversas, objetos... As minhas galochas, o barulho dos meus passos, pela avenida esburacada, o frontispício do Grupo Escolar, a bandeira do Brasil hasteada, são lembranças que aparecem bem em cima do meu baú de relíquias sagradas. Minha vida é, portanto, a sagração de miudezas, as quais mantêm o exato tamanho da minha altura, se assim posso dizer, porque re