Sete mulheres em mim
As duas mulheres, que vieram fazer uma visita onde eu, de visita me encontro, mais tarde entraram a andar comigo e trouxeram consigo mais outra mulher, que chamei-a de Desconhecida, porque eu nunca a havia visto. Vamos a uma festa daquelas das quais corro às léguas. Ali eu estou, junto a elas, num amplo galpão, que mais parece um ginásio de esportes.
Procuro corrigir o lugar errado e o despropósito da festa, buscando descobrir algo inusitado, e acabo encontrando:
Vejo uma amiga que há muito não via, atravessar o ginásio, indiferente ao que se passa no entorno. Está mais jovem, vigorosa, sensual, muito mais do que estará de fato, depois de tantos anos sem nos vermos, e tendo o tempo causado seus estragos, em mim, nela também os causou. Estou certíssima disso. Eu a observo atentamente. Ela se deita sobre uma daquelas arquibancadas - que só de falar sinto-lhe a frieza do cimento -, exibindo charme e eu comento com Desconhecida: "Como fulana está bonita!" que também tendo estado observando a presença da outra, concorda comigo.
Deve ter sido por não ter encontrado mais nada de interessante, que eu sigo sozinha noite afora e ao virar uma esquina me deparo, surpresa, com Generosa, essa mulher sempre confusa, que acredita que ser jovem é ser eternamente adolescente. Entendo ao encontrá-la, que sei exatamente, em que lugar estou ou que a festa está. Sinto-a carregando tristezas, das quais não se dá conta. Está doente, Generosa? Diga pra mim o que é que você tem! E ela, enigmática, me pede que eu chore. Fico aturdida.
Ao olhar para trás, percebo a presença de um homem de meia-idade, usando um chapéu, que se precipita do escuro da rua, como se viesse em nosso encalço. Entrelaço o meu braço com o braço dela e sugiro que nos apressemos em direção à sua casa. Alcançamos a entrada, ultrapassamos o muro. Estamos protegidas. Ela então me chama pelo nome e me ordena mais uma vez: Chore Violeta! Chore, porque a dor que eu sinto, sei, não vai passar nunca mais. Sua dor é óssea, e ela me diz que tem a ver com o deus Mercúrio, que é rapto, coisa obscura... Mas porque eu é que tenho que chorar por uma dor que ainda não reconheço como minha e que ainda não dói em mim?. Talvez por isso não tenha sido convidada a entrar em sua casa.
Sigo adiante. Vou voltar para a festa, sei onde estou, mas não sei o caminho de volta, do qual me afastei apenas por tão poucas ruas. Amedronta-me a ideia de estar perdida na noite. Acode-me outra mulher, também saída das sombras, uma senhora, comum àquele lugar, e me ensina por onde devo seguir. Encontro-me diante do portão de entrada, mas não é para lá que eu quero retornar...
Procuro corrigir o lugar errado e o despropósito da festa, buscando descobrir algo inusitado, e acabo encontrando:
Vejo uma amiga que há muito não via, atravessar o ginásio, indiferente ao que se passa no entorno. Está mais jovem, vigorosa, sensual, muito mais do que estará de fato, depois de tantos anos sem nos vermos, e tendo o tempo causado seus estragos, em mim, nela também os causou. Estou certíssima disso. Eu a observo atentamente. Ela se deita sobre uma daquelas arquibancadas - que só de falar sinto-lhe a frieza do cimento -, exibindo charme e eu comento com Desconhecida: "Como fulana está bonita!" que também tendo estado observando a presença da outra, concorda comigo.
Deve ter sido por não ter encontrado mais nada de interessante, que eu sigo sozinha noite afora e ao virar uma esquina me deparo, surpresa, com Generosa, essa mulher sempre confusa, que acredita que ser jovem é ser eternamente adolescente. Entendo ao encontrá-la, que sei exatamente, em que lugar estou ou que a festa está. Sinto-a carregando tristezas, das quais não se dá conta. Está doente, Generosa? Diga pra mim o que é que você tem! E ela, enigmática, me pede que eu chore. Fico aturdida.
Ao olhar para trás, percebo a presença de um homem de meia-idade, usando um chapéu, que se precipita do escuro da rua, como se viesse em nosso encalço. Entrelaço o meu braço com o braço dela e sugiro que nos apressemos em direção à sua casa. Alcançamos a entrada, ultrapassamos o muro. Estamos protegidas. Ela então me chama pelo nome e me ordena mais uma vez: Chore Violeta! Chore, porque a dor que eu sinto, sei, não vai passar nunca mais. Sua dor é óssea, e ela me diz que tem a ver com o deus Mercúrio, que é rapto, coisa obscura... Mas porque eu é que tenho que chorar por uma dor que ainda não reconheço como minha e que ainda não dói em mim?. Talvez por isso não tenha sido convidada a entrar em sua casa.
Sigo adiante. Vou voltar para a festa, sei onde estou, mas não sei o caminho de volta, do qual me afastei apenas por tão poucas ruas. Amedronta-me a ideia de estar perdida na noite. Acode-me outra mulher, também saída das sombras, uma senhora, comum àquele lugar, e me ensina por onde devo seguir. Encontro-me diante do portão de entrada, mas não é para lá que eu quero retornar...
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