De conversa em conversa
Tempo de inverno. A mocinha no meio da rua sendo surpreendida pelos primeiros chuviscos, cobre os cabelos com o casaco, que é para não prejudicar o efeito da escovinha. Deus que me livre de achar isso uma besteira. Pra menina, ver o lisinho do cabelo desmanchar, seria um fim de mundo e a gente - eu me refiro a mim e a Josa -, entende dessas coisas. Mas Irene considera que tudo é uma besteira e perda de tempo. Quando a ouço dizer que vaidade, não essa da menina, mas aquela exagerada, que escraviza a pessoa, não é boa coisa, me sinto é muito aliviada. Se for por causa dessa intemperança, graças a Deus, nem Josa, nem eu, haveremos de nos demorarmos no purgatório. Iremos ser hóspedes do Paraíso e bem ligeirinho. Nós duas. Sei não como é isso, mas a nossa ideia de como ele deve ser, se parece. Um campo verde a perder-se de vista, com jardins enormes, cujas flores eu já as vi em uma porção de sonhos que tenho tido na vida. Não dá nem pra descrever de tão diferentes que são. Enquan