Vontade de escrever, somente...
Tarde indo embora. Hoje o dia está
mais pras imagens. Quando pinto não consigo escrever e quando escrevo não
consigo pintar. Mas sinto vontade de brincar com as palavras. Adoro as
palavras, e arrumá-las em qualquer sentido ou direção, desde que criem algo, já
me dá uma enorme satisfação.
Quando escrevo, falo a mim mesma, de dentro pra
fora. Fico me escutando. Daí, as soluções vão surgindo, quando o assunto é
problema. Quando não, minhas idéias, desorganizadas, se organizam, e eu consigo
conciliar aquilo que é impetuoso e quase hiperativo, que fica martelando em
minha cabeça, com o desenrolar do meu cotidiano.
Descobri, enfim, o que já desconfiava: que fazer
cartoon é muito bom e que a tirinha é que nem poema: você encurta e sintetiza
incertezas, questionamentos, humor; um universo de sentimentos, seus e das
outras pessoas. Desenho simplificado que simplifica as grandes questões
existenciais.
O sol está se pondo e as sombras
desceram sobre a cidade. Seria essa a ocasião da fusão dos opostos? Nem dia,
nem noite. Uma realidade que acontece entre duas outras e que não pode mais ser
chamada de tarde. O instante é neutro.
Esses momentos me rondam como um gato
que se enrosca nas pernas da gente. Transmitem uma paz, que é quase, e uma angústia,
que também é quase.
Tudo bem meio termo. É como um caminho, uma possibilidade que se imiscui por entre a passagem de uma condição entre o que era e deixou de ser e o que está para vir.
Tudo bem meio termo. É como um caminho, uma possibilidade que se imiscui por entre a passagem de uma condição entre o que era e deixou de ser e o que está para vir.
Talvez
um vácuo; coisa sem nome, e que eu aproveito para encher com palavras.
O dia de hoje está terminando bem...
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