Acordada

Meus livros dormitaram na biblioteca sob grossa camada de poeira.
São tantos os anos deste descaso.
Meu dedo sujo experimenta o pó acumulado,
O silêncio das coisas esquecidas por anos.
Uma possível história de amor, 
um conto de fadas,
O gatinho magro que foi ficando
e ficou, enquanto esperei sem saber o que esperava.
Por isso é que chegaram amanheceres desconexos,
aqui e depois de agora (ontem e ontens)
Este plural inexistente para hoje e para o que dormiu e fingiu passar.
Talvez a vontade louca de que tudo fosse o que não fosse.
Talvez a denúncia tardia, o olho aceso propositadamente encoberto,
e eu,
dizendo a mim mesma, que nada podia ter sido como foi.
Acordo, enfim...
E encontro as roseiras cheias de botões,
um beija-flor, um bem-te-vi cantando alegre.
o meu sonho de flores parindo outras.
Espano a poeira, abro os livros e vejo.
que felicidade!. 
Tem tanta coisa que não tinha lido ainda...

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