De estimação
Começou tentando tirá-lo com vassouradas para fora de casa. Ele, teimoso, arrumava um jeito de voltar. Foram tantas as tentativas sem sucesso, que achou por bem chamá-lo por um nome e adotá-lo, o que a princípio o fez para não dar-se por vencida, já que não via mais o que fazer ante a persistência do intruso. Zezinho. À contar a sua primeira aparição na porta da cozinha, era digamos, uma coisinha mal forjada e de pequeno porte. Cresceu às vistas dela subindo os degraus do beco todas as tardes e virou sapo de estimação. Tinha feito por merecer. Impôs-se corajoso à presença da dona da casa, brigou pela ocupação nos cantinhos das varandas e nas sombras úmidas do jardim. Estabelecido, reconhecidamente nomeado, Zezinho assumiu seu serviço. Como grande comedor de insetos, recolheu mosquitos com língua viscosa, batendo as lentas pálpebras sobre os caroçudos olhos. Livre, ia e vinha sempre à tardinha de todos os dias, acomodar-se na escadaria. Numa dessas vezes não se apresentou. Depoi