Jarbas Ferreira-Kandinsky e o pop-rock alagoano

Tem muita gente que precisa ser conhecida no palco musical em Alagoas 


“Comecei a compor pra valer em 1990, com um pensamento mais sério e honesto, mas de um jeito simples, mas já pensando num trabalho mais bem elaborado no futuro. Eu fazia uma canção a cada seis meses. Eu não gostava da estrutura da música, destruía, e levava muito tempo pra construir outra, e assim era o meu jeito. Mostrar o meu trabalho em show viria a demorar muitos anos, por isso profissionalmente ainda é uma interrogação - prefiro ser um músico amador, sem experiência de palco” 

Da esquerda para a direita: Jarbas, Eduardo Callado, Fernando Coelho e Marcos Alves

Interessada em trazer para o conhecimento do público e divulgar outros tantos talentosos artistas alagoanos, apresento hoje o cantor e compositor Jarbas Ferreira. Quem o conhece o seu trabalho que levante o dedo. Eu posso levantar, sim. O pop-rock é a sua proposta que soma a sua banda, à diversidade desse estilo no cenário musical alagoano, ainda que pouco conhecido pelo grande público. O grupo é formado por artistas que não passam despercebidos, pelos que os trafegam pela música local: Marcus Alves (Luz de Candeeiro/Capa de Cangaia Véia), Eduardo Callado (Stonegarden/Kaddish) e Fernando Coelho (Santo Samba/CHIAR). Juntos eles fazem o Kandinsky, uma banda de rock vigorosa, sofisticada que emoldura as canções de Jarbas. 

Com forte identidade autoral, o artista mistura o charme do pop inglês com o lirismo poético da MPB. Imaginem o que resulta dessa fusão(?). As músicas são simples, melodiosamente simples, com letras que falam sobre afetos cotidianos e pessoais, ao mesmo tempo em que universalizados, as canções do Kandinsky mostram que a simplicidade é o expediente utilizado para fisgar naqueles que curtem o pop-rock e a banda, sentimentos constelados por elas. 

A história de Jarbas, entre outros percursos pelos caminhos da música, contabiliza três anos estudando violão clássico e popular. Há tempos, em 1989. Foi o cansaço de tocar músicas dos outros que inquietaram Jarbas e despertaram nele a intenção de compor. “Eu resolvi fazer minha primeira canção, que se chamava ÔNIBUS. Era uma crítica ao transporte público da cidade. Foi um obstáculo, como hoje ainda é. Mas eu não parei, gostei do obstáculo, e com o tempo fui aprimorando as melodias, arranjos e tons”, pontua ele. 

Passados 23 anos, a sua dedicação para ouvir muitas músicas, comprar muitos discos, e observar os grandes compositores da MPB, segundo o artista, o ajuda a absolver um pouco da estrutura de composição. 

“É um som retrô 

e ao mesmo tempo moderno e fácil de ser assimilado. As canções duram um máximo de cinco minutos. Às vezes a letra sai junto com a música. Depois só a letra. Depois só a música. Às vezes também, e a melodia chega por último. É um momento de inspiração, respiração e transpiração, uma espécie de mediunidade”, diz Jarbas falando ainda sobre com compõe e sobre a banda Kandinsky. 

“Trabalho árduo é fazer música” 

A participação do artista na cena musical alagoana é minúscula: um show com o Kandinsky em 29 de agosto de 2008, no Mandala. Uma apresentação na casa de um amigo com a Banda Gramophone Rock and Roll, em maio de 2011. Jarbas diz o que a gente, lamentavelmente, sabe: "Aqui em Alagoas temos uma legião de artistas maravilhosos, escondidos, dentro do Jazz, Blues, do Rock em seus variados segmentos. Isso é pop! Só falta os meios de comunicação - Rádio e TV -, abrirem mais espaços pra essa gente, e não ficar preso a dois estilos! Isso aliena o povo ,e os impedem de conhecer mais e mais artistas".


A banda Kandinsky está finalizando as gravações do novo Cd, Novos Românticos, com participações especiais de vários artistas da terra, e Jarbas em nome do grupo, agradece a todos.









Para contatos: http://www.myspace.com/tocakandinsky
tel: (82) 3334 1834 / 8878 1236

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